as pernas do abebé

ergueu as pernas sobre meu tronco e sentou-me no colo enrijecido.
sua saia multiplicou-se no vento.
tanta dor e gemido,
tanto grito de dor chorada, tanto grito
que sorriu pra mim feito um demônio
sem dono pairando na noite: um diabo negro
rasgando-se de mim e de seus orixás.  
       
a noite era vasta, mas sua boca a engoliu.

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